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A utilização de celulares e smartphones por operários nos canteiros de obras se transformou em uma preocupação para as empresas do setor da construção civil. Especialistas na área de segurança do trabalho alertam que o uso de dispositivos móveis potencializa os riscos de acidentes, principalmente para os trabalhadores que atuam nas partes altas da obra ou que estão envolvidos no manuseio de ferramentas elétricas e manuais.
Já se registra a movimentação de patrões e empregados no sentido de encontrar formas de regular o uso de celulares nos canteiros. A convenção coletiva prevê que, em caso de emergência, o empregado deve suspender a atividade, avisar o superior e se dirigir a áreas pré-determinadas pela empresa para utilização do celular. Nos horários de descanso, a utilização de celulares e smartphones está liberada.
Riscos
Apesar de o Ministério do Trabalho e Emprego não dispor de estatísticas referentes a acidentes de trabalho em canteiros de obras por conta do uso de celulares, há uma recomendação para que as empresas conscientizem os operários sobre os riscos que isso acarreta. Durante uma ligação, a pessoa perde a concentração na tarefa que desempenha ou deixa de prestar atenção por onde anda. Em um canteiro, isso representa perigo.
Fazendo uma comparação simples, o motorista é multado se dirigir e falar ao celular. Por que o operário poderia usar o smartphone para mandar uma mensagem enquanto opera um equipamento? Claro que há determinadas funções em que o uso do dispositivo móvel se faz necessário. Engenheiros, arquitetos, gerentes e mestres de obras se comunicam constantemente e incorporaram smartphones e tablets ao cotidiano do trabalho. Mas estes casos são exceções, não regra.
Conscientização
Ainda que não haja regulamentação oficial para o uso de celulares nas obras, cada empresa tem o direito de estabelecer regras próprias. A maioria adota o modelo de áreas e horários preestabelecidos para a utilização dos dispositivos. Os casos de emergência recebem tratamento diferenciado.
O desrespeito às regras definidas pela empresa implica geralmente em sanções semelhantes àquelas aplicadas no caso de não utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI). Se for reincidente, o operário pode receber punições mais severas.
Para a maioria das empresas, no entanto, as campanhas educativas representam a melhor maneira de conquistar a adesão dos operários às regras. Destacar que as normas existem para proteger o próprio trabalhador é o primeiro passo. Cabe às construtoras mostrar que a preocupação com a segurança e a integridade física dos operários vem em primeiro lugar.
Uma estratégia que obtém bons resultados é a adoção de um período de adaptação, normalmente de 90 dias. Durante esse tempo, os operários são advertidos apenas verbalmente sobre o uso do celular no local de trabalho. O tempo de adaptação é necessário até mesmo para o funcionário orientar a sua família sobre os horários adequados para receber ligações.